01 setembro, 2007

Currículo

Chega a ser uma contradição, alguém que odeia tudo o que é morno, ter um currículo destes:

Quase cantora
Quase jornalista
Quase flautista
Quase violonista
Quase tecladista
Quase independente
Quase mestranda
Quase compositora
Quase letrista
Quase escritora
Quase...

Em criança, não lembro de sonho algum do tipo quero ser médica, quero ser isso, quero ser aquilo...Brincava de ser tudo. Continuei brincando o resto da vida e não aprendi a sonhar, a olhar adiante com uma meta. Uma eterna busca que leva do nada ao nada. Eis o meu currículo.

Continuo no quase.

Quase bacana
Quase namorada
Quase amor
Quase casamento
Quase alguém que vale a pena se conviver.
Quase feliz.

Só não quase no sentir. Eternamente insatisfeita. Plenamente. Redondamente. No desespero de ser quase que assola, sufoca, deprime.
Solidão infinita a minha que agora, sozinha, não consigo contar nem comigo mesma...
Um tipo de alguém que não sabe de si.
Onde vai dar isso chamado eu?

E agora foi-se tudo. Nem ao menos conto com um quase cuidado, um quase carinho.
De tanto tentar chegar a algum lugar, fui perdendo o fio da meada de mim. O caminho que deixo para trás vai se desfazendo, e agora nem a tua mão para segurar a minha...Perdi tudo. Acho que nunca me tive.
Parece tudo uma quase vida. Uma promessa de alguém feliz.
Sigo vivendo, se comer, dormir e trabalhar pode ser considerado viver.
Para quem quis tanto, sem saber o que esse tanto significa, uma bela quase vida...

Um comentário:

Anônimo disse...

Quase é nada. Morena, você é tudo. Se cuide. Carinho.
Ronaldo Faria
Transmute-se!