02 dezembro, 2007

Reencontros

Então é isso. Eu chego e você me abraça, me cheira inteira como que para farejar se não está faltado nenhum pedacinho e diz como está com saudade. Depois me olha como se nunca tivesse me visto antes e com o mesmo encanto da primeira vez. E esta é a melhor hora da minha vida. Então me beija molhado, aquele beijo carregado do tempo que faz da última vez. E guarda para soltar aos poucos, em doses homeopáticas, gotejando nos meus ouvidos em meio ao jazz que ouvimos e que nos ritma, as palavras que eu vivo uma vida para ouvir. Planos importantes como dormir encaixados o resto de nossas vidas, com os pés de um amparando os do outro. Sei que estas doses, borrifadas assim de vez em quando, rareiam conforme a quantidade de tempo em que a distância entre nós se finda. Encanto alimentado pela impossibilidade, pelo vir a ser...
Pensando por este lado, até que é bom viver protegido (aprisionado) pela distância. Ficar doente de saudade só para receber um pouco deste remédio com que me cura nos reencontros...

"Mas eu gosto tanto dele, que é capaz dele gostar de mim..."

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