30 maio, 2008

Meu Diário

Meu diário. Hoje comecei a ler Borges, depois de assistir a uma peça sobre ele e entender muito pouco, mas ficar com vontade de entender. Hoje eu comecei a fazer academia, na verdade já estou no terceiro treino, pela milionésima vez, na milionésima academia, tentando mais uma vez não desistir antes de consertar um pouco a minha escoliose e endurecer os meus "músculos do tchau". Hoje me senti incompetente de novo, porque estou há um ano e meio no trabalho e não consegui fazer nada de que realmente me orgulhe, apesar de saber que nem tudo é tão mal assim. Meu diário, também ouvi Ceumar, ao vivo. Já tinha ouvido falar, mas nunca tinha estado assim, ouvindo com atenção. Que bela voz! Composições, bem, ela tenta, alguma coisa até que vai, mas...não se pode ter tudo.
Meu diário, estou lendo uma biografia do Tim Maia e, apesar de achar que um dia eu poderia ficar parecida com o Nelson Motta (jornalista que queria ser músico, e foi os dois sem nunca ter sido nenhum dos dois), eu percebi que tudo que ele fez foi estar nas horas certas e nos lugares certos. E só. Literatura quase nada. Informações de bastidores tudo. Resultado: leitura gostosa sobre músicos para passar o tempo. E outra: descobri que eu não perdi muito não conhecendo quase nada de Tim Maia...Voz bela. E só.
Meu diário, hoje escavei novamente a minha pequena fortuna, única em 30 anos, juntada a partir do dinheiro do papai e da mamãe, do meu carrinho, aquele que me foi útil durante anos mas que, cujo valor,mal dá para uma entradinha num apê. Mas escavei de novo, dilapidei, com dor, para cobrir o rombo da minha incompetência em lidar com dinheiro. Diário querido continuo fazendo contas e mais contas e mais contas, marcando diariamente os gastos, mas acho que na prática não consigo saber quanto dá 2+2.
Diário querido, hoje não estou feliz nem triste. Só estou achando tudo muito difícil. Mas vou continuar lendo meu Borges, as aventuras do Tim Maia em bem mal traçadas linhas, assistindo seriados sobre mulheres de 30 na TV, comendo cereal com iogurte e sonhando com o meu momento de reencontrar meu amado. Tocando o barco, lutando contra a ansiedade, contra o meu julgamento pesado sobre mim mesma,contra a minha péssima matemática.

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