27 julho, 2007

Um malandro bem honesto no palco

"Sou dono de mim, faço o que quero vou onde desejo, não tenho compromisso nem levanto cedo, só quando acaba a grana é que eu arranjo emprego"

Malandro Honesto - Letra e Música de Armando Moreli

Ele começou a tocar quando ainda magrinho das canelas finas, como costuma se auto descrever, e, ainda moleque, se meteu com os "coroas" da seresta. Aprendeu a tocar violão sozinho, e tendo aulas com as bolachas de Baden Powell, Paulinho Nogueira girando na vitrola. Depois foi aperfeiçoando com Chico, Noel, Vinícius, Jorge Ben, e tantos outros nomes...Não é virtuose, mas acompanha até desafinado e atravessado sem perder a batida firme de sua mão direita, que samba que é uma delícia. Esse é o meu pai, Armando Moreli, violonista, compositor, cavaquinista, que faz amanhã, dia 28, um show no projeto Matriz do Samba, da Prefeitura de Campinas, na Praça do Chope, ou Praça da Matriz do Carmo, como preferirem, bem em frente ao Tonicos Boteco, no centrinho da cidade, às 17h. Será uma oportunidade para que ele mostre suas composições, que deverão integrar um CD que ele está gravando agora, tardiamente, aos 60 anos. Modesto que ele só (o que é motivo de minha irritação, por muitas vezes), ele ficou escondendo suas músicas anos a fio e agora, depois de muita insistência nossa, resolveu mostrar sua cria para o mundo. O samba é a principal marca de suas composições, em suas diferentes vertentes: choro, canção, malandragem, de breque, etc...Também não vão faltar na apresentação alguns números de grandes compositores que o influenciaram, entre eles Paulinho da Viola, João Nogueira e Zé Ketti.
Bem, sou filha coruja sim, sei que sou, mas olha: é imperdível! Seu Armando Moreli, além de um baita músico, é um cara incrível, alegre que nem ele só e amoroso que só vendo à causa do samba e da música popular brasileira. Toca mais por prazer do que por labor, e isso foi assim a vida inteira. E isso dá para ver no semblante dele. E isso vale a pena aplaudir.

Um comentário:

Unknown disse...

Moverei minhas montanhas para estar presente! Seu pai, sem dúvida, foi uma das minhas maiores influências no samba que hoje faço. E não só no jeito de escrever, mas na maneira de sentir o sagrado da coisa.