06 janeiro, 2008

A japonesa brasileira e o brasileiro japonês

Matando saudades dos meus tempos de jornalista ativa, segue aqui uma narrativa feita durante meu curso de pós-graduação em Jornalismo Literário, em 2005/2006. Os personagens são duas figuras bacanérrimas,amigas de minha família...

Clarice Lispector já disse que só o que está morto não muda. É sempre bom mudar, nem que seja de caminho, de roupa, de casa, de idéia. Talvez de emprego, de namorado, sempre é bom. Mas há quem prefira mudanças mais radicais. De repente é médico e resolve vender sanduíche na praia, ou é jornalista e resolve virar músico. No mundo de rotina e da mesmice, da hora certa de bater o cartão de ponto no trabalho, da repetição de tarefas, de datas, de rituais diários, o escovar os dentes todas as manhãs, o levantar ao nascer do sol e ir dormir com a lua alta, há sempre um rosto na multidão que tem um estalo e ousa mudar mais do que apenas sair da rotina. Resolve correr atrás de um sonho antigo, ou de uma idéia nova, ou de algo melhor do que o que está vivendo no momento.
A história dos imigrantes é um fato histórico que comprova a coragem dos seres humanos, seres diariamente mutáveis, em transformar o rumo das coisas e de sua própria vida. E o que dizer dos nômades?
Luís Ricardo Alves, 47, mudou várias vezes. Além das mudanças básicas de todo ser humano, virar adolescente depois de ter sido criança, se tornar adulto e profissional, depois de ter sido apenas alguém com o futuro inteiro pela frente e, portanto, sem razões para se preocupar com o que gostaria de ser, ele, que é brasileiro, se tornou inglês. E depois japonês. Atualmente há pelo menos uns 250 mil brasileiros residindo no Japão. Luís já está de volta à terrinha brasileira, mas continua mais japonês do que nunca.
Literalmente do outro lado do mundo, Yoshiko Muto Alves, 44, uma japonesa com traços de comportamento perfeitamente “abrasileiráveis”, decidiu se tornar inglesa. Na Inglaterra, sua vida cruzou com a de um brasileiro, e o resultado é que agora ela está no Brasil, feliz da vida com os filhos japoneses que também falam português e inglês, às voltas com o “jeitinho brasileiro” de chegar atrasado, que ela não consegue entender. Yoshiko engrossa a comunidade nipônica existente no país tupiniquim, que, segundo o Consulado Geral do Japão, passa de 1 milhão de pessoas, quase 900 mil somente no Estado de São Paulo.

O que os fez mudar tanto? Melhor contar esta história do começo.

“Ame a novidade”

Luís Ricardo Alves nasceu em Mogi Guaçu, interior do Estado de São Paulo, Brasil, cidade que já foi conhecida por suas indústrias do setor cerâmico. Cresceu apaixonado por teatro, primeiro só pela palavra, que ele nem sabia o que significava.

-Meus pais costumavam ir para São Paulo na casa de parentes e iam ao teatro. Voltavam falando do tal teatro. Teatro pra cá, teatro pra lá e eu passei a desejar ir a um teatro sem saber o que aquilo significava.

E lembra mais: a primeira peça que viu foi com o Ney Latorraca, no Teatro Itália.

-Apaixonei-me por teatro e depois até participei de oficinas de teatro. E através disso, também passei a gostar muito de música.

O teatro primeiro foi visto pelos pais como uma oportunidade de se tornar uma pessoa mais extrovertida, tímido que Luís era. Mas que nada! Ainda hoje, quando se conversa com o Luís, é preciso deixar o papo fluir por uns bons 15 minutos para que a gente se sinta à vontade.
Aliás, vou dar uma pequena descrição do Luiz. Quando marquei nossa conversa, ele enfatizou umas duas vezes:

-Às 14h, mas tem que ser às 14h mesmo.

Não sei se ele adivinhou que pontualidade não é meu forte, mas acho que foi o jeito japonês dele que o fez fazer esta observação.
Ele é claro, bem claro, tem o cabelo também claro mas encaracolado, que é pra dar o tom de sua brasilerice – apesar das maneiras um tanto quanto metódicas quanto ao horário, por exemplo. Tem os olhos castanhos, olhos que se desviam de você quando ele está falando. Dá até um pouco de aflição, aqueles olhos soltos no espaço, se movendo para tudo quanto é lado. De vez em quando, no arremate das frases e das idéias, ele dá aquela olhadinha para enfatizar a informação e ver se você está prestando atenção nele.
Quando comecei a falar com o Luís, achei que a conversa não fosse acontecer. Talvez por ser jornalista, e ainda por cima tímido, ele parecia desconfiado do rumo da prosa. Nas minhas primeiras falas ele ouvia atento e demorava a emitir qualquer som, o que causava uma angústia danada. Engano meu: depois de um tempo ele desatou a falar. Lembro da primeira frase que disse quando perguntei como foi para ele sair do Brasil. Ele disse:

_ Vou ser bem sucinto.

Passada uma hora, ele ainda não tinha conseguido sair do Brasil, que dirá fazer a sinopse de toda a sua vida. Estava contando como tinha sido sua infância, sua adolescência e suas primeiras experiências com jornalismo. Como gostava de teatro mas não se via como ator, gostava de música mas não se via como cantor ou instrumentista, decidiu fazer jornalismo, porque também gostava de escrever. Ah, antes ele tentou estudar direito. Fez dois anos e parou.

_ Acabai fazendo jornalismo na Puc em Campinas e comecei trabalhando em um jornal de Jundiaí chamado Jornal de Hoje. Mas lá já tive decepções com meus colegas, um querendo passar a perna no outro.

Mudou várias vezes de emprego. Várias. Aliás, mudar é um verbo que vou usar bastante para contar a história dele, um guaçuano bem cosmopolita que gostava de ler, de ir a São Paulo ver peças de teatro e que parecia não saber muito bem que rumo escolher. Como estava dizendo, ele passou por alguns poucos meses em alguns jornais de interior e chegou a fundar seu próprio jornal.

- A equipe era pequena e a gente não entendia nada da parte comercial, de administração. Acabou não dando certo.

Conversando com uma tia, ficou sabendo de uma oportunidade de fazer um intercâmbio para estudar inglês no exterior. Ele então com seus 25, 26 anos chegou a Londres assustado, sem saber ao certo no que aquilo ia dar. Ia para ficar alguns meses e depois de ter conseguido captar o inglês e estar com o idioma na ponta da língua, certamente voltaria mais valorizado e saberia o que fazer.

- Engraçado que eu nunca fui um aluno muito sério e lá eu virei um verdadeiro CDF. Estudava muito. Estava feliz mas era tudo muito estranho.

Como tudo parece acontecer muito rápido na vida dele, pelo menos quando está contando parece que tudo sempre se passa em questão de semanas ou meses, o guaçuano, do interiorzinho do Estado de São Paulo de um lugar chamado Brasil, arrumou um trabalho de garçom em um restaurante internacional. Quer dizer, não parecia ser bem um restaurante apenas, mas uma verdadeira aula de conhecimentos gerais e, diria ele, mundiais.

_ Neste lugar o dono era muito bacana e valorizava as pessoas que queriam adquirir cultura. Os fregueses também eram diferenciados. Muitos gostavam de ficar papeando até altas horas comigo e com os garçons que demonstravam ter maior traquejo, interesse pelo noticiário, por assuntos variados. Comecei a perceber que as minhas gorjetas eram maiores e a experiência foi ótima, pois passei a ganhar melhor e ainda aprender muito, fazer contatos...

E foi neste restaurante-escola que ele conheceu a mulher que o fez mudar mais uma vez, desta vez do ocidente para o oriente.

Enquanto isso, em Kamakura

Japonês para mim sempre foi um povo padrão. Tudo com a mesma cara, e sempre dando a impressão de que são os mais inteligentes. Sempre me lembrou aqueles comerciais de cursinho pré-vestibular, mostrando os primeiros lugares nas faculdades. E os primeiros lugares, quase sempre, são de japoneses. Parece que japonês nasceu para fazer videocassete, passar no vestibular e ser o melhor aluno da classe. Mas estas minhas impressões são coisa de gente que está no ocidente e não entende o que se passa do outro lado do mundo. Os orientais, além de terem belas filosofias de vida como as mostradas nos filmes de samurai, são um povo que é tão povo quanto o brasileiro. E, apesar dos olhos produzidos “em série”, sem opcional de cor, cada um tem sua singularidade sim, como todo ser humano. Dá para perceber bem isso conversando com a Yoshiko Muto Alves, 44, a outra personagem desta história de mudanças
Esta bela oriental, que não é mulherão, mas pode ser considerada uma mulher bonita, vem de Kamakura, uma cidade japonesa que fica próxima de Tóquio e, segundo eu pesquisei, tem localização privilegiada, com montanhas de um lado e mar do outro. É conhecida como uma cidade medieval de samurais com alto nível cultural.

- Eu lembra quando mamãe leva para ver Monalisa, em 1971. Eu tenho o catálogo até hoje. A fila fazia volta que nem fosse show da Xuxa ou novela aqui no Brasil

Ah, antes que o leitor pense que estou escrevendo errado, vou falar um pouquinho do sotaque da Yoshiko. É um barato. Ela tem um raciocínio muito rápido, tão rápido que seu português ainda não acompanha. Creio eu que quando ela começa a pensar em falar deve haver uma confusão dos canais neurais dela tentando decidir se a comunicação será em português, japonês ou inglês. Ela troca artigos, come letras, troca o l pelo r, se embaralha com os sinônimos, faz longas pausas para fazer a tradução simultânea de seu pensamento japonês. Mas este embaraço com a fala parece compor a sua simpatia, tornando-a ainda mais divertida, mais leve, eu diria até mais brasileira. Com todo seu jeito oriental de ser, ela se sente à vontade para falar, te encara com aqueles olhos puxadinhos e solta o verbo do jeito que pode, sempre gesticulando muito e até fazendo mímica para ser entendida.
Uma garota que nasceu em 1961, na época em que o Japão se recuperava da segunda grande guerra e queria provar ao mundo e, principalmente aos Estados unidos, o seu potencial.

- Mamãe e papai até hoje não gostam dos Estados Unidos. Foi um complexo da geração dos papais.

Crescendo em um país que valorizava arte, tendo uma mãe que sempre gostou de fazer trabalhos manuais como talhar em madeira, por exemplo, Yoshiko acabou cursando história da arte e trabalhando na área.

_ Eu começa vendendo bilhetes nos museus. Kamakura é cidade de muito verde e muitos intelectuais, e naquela época estava começando se abrir aos estrangeiros. Com isso começamos a conviver com outras línguas e a aprender também.

Só que o inglês falado em Kamakura não era o inglês valorizado pelos próprios japoneses

_ Tóquio recebia exposições internacionais e quem falava inglês do Japão não era “varorizado”. Decidi ir a “Ingraterra” para falar inglês da rainha, brinca.

Ao contrário do nosso outro personagem Luís, para o qual uma mudança de país foi um verdadeiro tabu a ser quebrado, para Yoshiko, sair do Japão para ir se aperfeiçoar em outro lugar era a ordem natural das coisas, interessado que o país estava em se preparar para o embate com os Estados Unidos.

-Quando fui para a “Ingraterra” já tinha saído para passear. Era uma idéia que já vinha desde a “escora”

Mal sabia Yoshiko que na terra da rainha sua vida tomaria um rumo bem diferente.

Paixão nipo-brasileira em festa iraniana

Nem lá, nem cá, território neutro, ou melhor, eclético. Yoshiko conheceu Luís em um restaurante de Londres, através de amigos comuns de diversas nacionalidades que fizeram em seus cursos de inglês. Luís, pagando os estudos com as gorjetas de garçom. Yoshiko estudando em uma escola conceituada, investimento dos pais. Um dia resolvem ir a uma festa promovida por um iraniano, e o resultado é que o encontro “deu samba”, como diríamos por aqui.

- Ela gostava de arte, eu também, não foi difícil começar a conversa. Achei minha cara-metade, diz Luís.

Quando se conheceram nesta situação multicultural, Luís, que tinha viajado para ficar alguns meses, já estava há dois anos fora de casa e pensando até em voltar. Mas tudo foi bem diferente porque a paixão falou mais alto.
Paixão que teve que enfrentar algumas pequenas diferenças. Apesar da pontualidade britânica do brasileiro, Luís não negava a raça e o “jeitinho” brasileiro chegou a irritar Yoshiko.

-Um dia ele marca cinema com Yoshiko e amigos europeu, iraniano e americano. Daí não aparece. Depois de muito tempo, eu liga para ele e só ouço que ele estava mal. Todos ficamos sem entender nada, conta.

O episódio, comum a um brasileiro, é um desrespeito mortal com os europeus e orientais. Segundo Yoshiko, marcar um encontro e não chegar no horário já é motivo para um sujeito perder totalmente a confiança.

Na terra do sol nascente

Opa, olha a mudança de novo. Quando estava prestes a conseguir uma oportunidade na BBC de Londres, Luís iria mudar de novo. Entregue aos encantos orientais de Yoshiko, ele decidiu que eles se casariam. Mas as coisas não foram tão simples quanto nos contos de fadas. Para conseguir conquistar os pais da moça sem ter os olhos puxados, ele passou por inúmeras provações.
Primeiro, teve que desistir da história da BBC. Ou ficava na Inglaterra ou casava com a japonesa. Segundo: os pais dela não aceitavam o casamento com um brasileiro. Ela foi primeiro para o Japão, para preparar o terreno, e ele ficou de ir depois, para tentar amolecer o coração do patriarca.

- Comecei a fazer uma verdadeira rede de informações sobre o Japão, comprando livros, estudando, pegando dados com amigos que já tinham ido para o Japão, com pessoas que sabiam sobre a cultura do lugar. Estava apavorado.

Bem nesta época um amigo de Mogi Guaçu que ele convidava há tempos para ir passar uma temporada na Inglaterra decidiu viajar para lá. Músico, este amigo resolveu deixar tudo para trás por aqui, bem no momento em que Luís deixava tudo por lá para ir ainda mais longe.

- Eu fiquei numa situação bem difícil. Tinha chamado ele pra ir pra lá, mas bem na hora que ele ia precisar de mim, iria deixá-lo.

Quando Paulo chegou, na verdade ele foi quem mais auxiliou o amigo.

-Lembro que eu não tinha mala, só uma mochila. Daí o Paulo disse que pegava mal eu chegar na casa da Yoshiko de mochila e me deu a mala dele. Eu guardo a mala até hoje, conta.

Foi este mesmo amigo que cortou o seu cabelo e aconselhou que ele se apresentasse aos pais da pretendente de terno e gravata. E assim, todo engomadinho, ele aterrissou em terras orientais. Mal sabia o que o esperava.

-Quando cheguei, pra começar atrasado, por problemas com o vôo, me receberam com um banho japonês, daqueles em que o pai entra primeiro, depois o filho, e assim por diante. No meu caso, para me dar boas-vindas, me deixaram entrar primeiro. Eu me senti num ritual, porque a água era tão quente que parecia que iam arrancar meu couro.

Yoshiko complementa gesticulando e batendo com a mão na boca:

- Ele pensou que estava no caldeirão com aqueles “ú ú ú”, faz imitando uma tribo de canibais imaginária e cai na risada, fazendo piada.

Passados os apuros iniciais, e depois de alguns meses no Japão, Luís, que já estava se virando dando aulas de inglês e trabalhando em uma rádio de estrangeiros, conseguiu se casar com Yoshiko, ele com 28 anos, ela com 26. A partir de então foram 14 anos vivendo por lá e tendo que mudar dia-a-dia para se adaptar a uma terra tão diferente nos traços físicos quanto culturais.

- Eu costumo dizer que o Japão é um país para japoneses. Lá é tudo diferente em diferentes sentidos e, entre as minhas dificuldades, eu lembro da questão da competição, que era muito forte, e a sensação de falta de espaço. Os tetos das casas são baixos e o espaço oprime. Lembro de ter pedido a Yoshiko para me levar a um lugar onde não houvesse ninguém, porque lá tem muita gente em todo lugar, disse.

Na terra do sol quente

Há alguns anos Yoshiko e Luís vivem no Brasil. Ele não agüentava mais de saudades e ela ainda está no seu processo de abrasileiramento. Diz que se sente bem por aqui, mas ainda tem dificuldades com muitas coisas. Não se conforma com a falta de planejamento dos brasileiros, com os atrasos, mas se encanta com as coisas da terra, com a arte local, com o samba e com a alegria. Já começou a se acostumar que aqui as festas não tem hora marcada para acabar. Mas teme pelos filhos Amana, de 11 anos, e Téo, de 8, ambos nascidos no Japão.

- Eu mudei bastante, quer dizer, não sei se a identidade mudou ou se “complexificou”, diz, arriscando um neologismo para dizer que hoje não se entende mais só japonesa ou só brasileira.

Prova da complexidade é a conversa entre o casal e os filhos. Começa em japonês, às vezes passa pelo inglês e termina no português.

- Eu estou meio perdida por causa dos filhos. Tenho medo que se um dia eles quiserem morar no Japão ou na Europa eles estejam mais brasileiros. O país não é mal visto porque é pobre, mas por causa do jeito do brasileiro, que atrasa, que não planeja. Não confio em alguém que se atrasa, diz.

Ao mesmo tempo, se vê mais brasileira do que o marido em muitos aspectos:

- Um amigo nosso já disse: Luís japonês e Yoshiko brasileira. Acho que ele precisou ir do outro lado do mundo para se encontrar e eu fiquei mais complexa vindo pra cá.

Luís concorda:

- Eu descobri o japonês dentro de mim, nesta questão de horário, de fazer as coisas certinhas. Aqui quem faz tudo certinho é chato. Ao mesmo tempo, descobri que o brasileiro tem coisas legais, pois o excesso de planejamento engessa a vida.

Vocês que o digam, não é Luís? Após tantas mudanças, geográficas, de comportamento, de sentimento, de profissão, não dava para pensarem diferente. Hoje no Brasil, criando os dois filhos, ele dando aulas de inglês, ela de japonês. Chega de mudar?

- Não sei, diz ele
-
- Em qualquer lugar a gente fica em dúvida, diz ela.

Se o fato de serem um ocidental e uma oriental dificultou o casamento, Yoshiko responde:

- Mesmo no casamento entre pessoas do mesmo país, cada um tem uma cultura diferente, então sempre precisa alguma mudança.

Com muito esforço, consegui chegar pontualmente às 14h para conversar com o Luís e Yoshiko na casa da mãe dele. Eles tinham um compromisso às 16h, com os pais dela, que estavam no país e, naturalmente, detestam atrasos. Acho que ficaram bravos. Na tarde daquele domingo, eu provoquei uma espécie de balanço que fez com que o casal nipo-brasileiro falasse sobre sua vida durante mais de duas horas e se atrasasse. Com o sol de março já fechando uma tarde bem brasileira, regada a doce de maracujá, eu fui embora pensando que todos estamos mudando a todo momento, aqui e do outro lado do mundo.

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