Chico Buarque e Paulo Pontes.Que primor de texto!
Acabei de ver a peça. É linda a montagem do Breviário, com Georgete Fadel. Lindo texto! Lindo demais! Lindamente real essa tragédia grega e suburbana e carioca.
(Joana desabafando para Jasão)
Pois bem, você vai escutar as contas que eu vou lhe fazer
te dei cada sinal do teu temperamento
te dei matéria-prima para o teu tutano
e mesmo essa ambição, que neste momento
se volta contra mim, eu te dei, por engano
Fui eu, Jasão,você não se encontrou na rua
Você andava tonto quanto eu te encontrei
Fabriquei energia que não era tua
pra iluminar uma estrada que eu te apontei
E foi assim, enfim, que eu vi nascer do nada
uma alma ansiosa, faminta, buliçosa
uma alma de homem. Enquanto eu, enciumada dessa explosão
ao mesmo tempo eu, vaidosa, orgulhosa de ti, Jasão, era feliz
eu era feliz jasão, feliz e iludida...
"Já lhe dei meu corpo, minha alegria
já estanquei meu sangue, quando fervia
olha a voz que me resta, olha a veia que salta
olha a gota que falta, pro desfecho da festa, por favor
deixa em paz meu coração, que ele é um pote até aqui de mágoa
e qualquer desatenção, faça não
pode ser a gota d´água"
2 comentários:
Morena, tinha esse livro, da peça, autografado pelo Chico em pessoa. Meu pai era amigo do pai da Marieta. Emprestei e "sumiu". Fiquei só com o texto do Calabar autografado por ele. E esse eu não empresto. Até a morte. Cuide-se... Sempre.
Ouvindo Antonio Villeroy, uma fera da MPB. Até ele dá loas ao João Donato. Reveja esse seu ranço. Tem gente que não precisa nunca descer da bananeira. Basta tê-la plantado. Nós (eu), meros mortais, plantamos apenas um pau-Brasil no sítio de Socorro e ninguém nunca vai saber. Mas basta saber. Beijos. Carinho...
Rs...Ronaldo, meu ranço com o Donato não é assim tão grande quanto você pensa. É que temos certas "licenças poéticas" às vezes. Referi-me ao Donato de palco. É óbvio que ele tem sua genialidade comprovada nas composições e na sonoridade que imprimiu à música brasileira. Um beijo grande!
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