12 fevereiro, 2008

De improviso

Uma ânsia de vida
sou maior que eu, mal caibo em mim
Sento e espero a poesia, que me falta, que me evita
E essa ausência me agita
e parece não ter fim

Dias longos, horas rasas
vazias de sonhos, de asas
Tento um verso, me desafio
faço uma rima, deslizo
Arpejo uma flauta, preciso
de um tom perfeito, conciso
que guarde a dor e o meu riso

Se a poesia ausente, não me recebe
tampouco a música me aquece
nos meus dedos falta assunto
e no meu sopro diminuto
sente-se falta de tudo

Queria cantar outro canto
Rimar o cotidiano
Contar causos, fazer planos
Ser cronista dos desenganos

Mas depois do improviso
volto sempre ao mesmo tema
cantando o meu próprio umbigo
e tentando fazer poema

5 comentários:

Marina F. disse...

Lindo poema.
saudades, bjs.

Marina F. disse...

Lindo poema.
saudades, bjs.

Luiz Carioca disse...

gostei muito do seu poema. tbem me arrisco a escrever as vezes. conheci seu blog através do blog do Karam
abs

O Desbunde disse...

poema lindo!
adorei teu blog!
http://camilamarins.blogspot.com

O Desbunde disse...
Este comentário foi removido pelo autor.