02 abril, 2009

Tem horas que nos damos conta do vazio que somos. De que a gente é o que está ou o que faz. Que, em muitos casos, as pessoas só dão bola pra gente como pessoa jurídica e que muitos que te estendem o tapete, te deixam recado no orkut, te mandam mail e convidam para cerveja, na realidade, querem falar com a "instituição" que vc é e não com todas as coisas mais profundas, melhores ou piores, que teu nome guarda.
De repente você se descobre questionando para onde está indo e qual é o limite entre você e o trabalho, entre você e a pessoa que dorme contigo, entre o que vc acha que é e o que realmente está sendo.
De repente você se sente num big brother em que todos estão te olhando e te avaliando, e você se pega buscando ser mais ainda algo instituído ou esperado para que receba uma boa avaliação e continue recebendo as benesses de continuar sendo pessoa jurídica, cada vez mais gabaritada, com mais tapetes vermelhos, cumprimentos e convites para cerveja falsos. E o pior é quando você olha para si e ver que pode estar falhando nos dois âmbitos: em ser você mesmo e em ser o que deveria ser.
Dá um frio e uma solidão incríveis...
A vida é mesmo um vazio enorme que só ganha sentido quando "somos algo". Se tiramos isso ou questionamos por um segundo, começamos a ver que somos seres que abrem os olhos de manhã e, durante todo o dia, ficam tentando inventar coisas para passar o tempo até fechar os olhos novamente.

Um comentário:

Edson disse...

muito verdade...