09 março, 2010

De não saber ficar quieta

Querer fazer e acontecer todo o tempo cansa. E também angustia. Especialmente quando não se pode fazer nada, quando tudo o que se tem a fazer é esperar, esperar, esperar, encerrar, fechar as portas, se preparar para a próxima estação. É difícil esperar para quem se sente sempre impelido a agir, a trabalhar, a estudar, a mudar, a fazer acontecer, a se movimentar, a querer ter tudo nas mãos, para quem faz antes de pedirem, para quem pensa antes que o outro pense, e muitas vezes erra por conta dessa afobação toda. Pra gente assim, é péssimo quando nada acontece e quando não se pode fazer nada acontecer. É realmente angustiante ficar esperando pelo que vem, porque para quem é acostumado a decidir tudo, a querer todo o controle nas mãos, ficar parada significa fazer elocubrações mil e pensar a milhão sobre como vai ser, antecipar tudo que vai acontecer, e, principalmente, tudo que vai dar errado.
Ando meio cansada de não conseguir simplesmente parar e receber um carinho, de não conseguir parar e simplesmente respirar, de não conseguir não estar em movimento. Queria chegar a um ponto da vida em que, pelo menos por um tempo, não necessitasse decidir nada, fazer nada, ir pra lugar nenhum, mudar nada, simplesmente viver, receber um cafuné, amar e ser amada, e pronto.
Neste momento de transições, grandes transições, acho tudo lento, tudo chato, e ao mesmo tempo vejo minha ansiedade e meu cansaço por tanta pró-atividade claros como água cristalina. Quero logo ter um presente, e não ficar fazendo algo pelo que virá.

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