Antes chegava aqui e vomitava tudo, e era uma catarse. Agora não consigo. Dificuldade de escrever, de expressar, ou medo do julgamento alheio. Ando me questionando bastante o porque de blog, facebook, essa coisa toda. E ao mesmo tempo parece que não há mais como estar no mundo sem considerar esse tal mundo virtual. Como se fosse uma questão de sobrevivência. E ao mesmo tempo de solidão, pois nunca estive tão distante das pessoas de que gosto. Aliás, tenho tido dificuldade de lembrar delas. Parece que vivo num mundo à parte, tão à parte que fico longe até de mim mesma. Não consigo mais achar minha escrita. Não consigo mais me sentir à vontade aqui, neste blog. Até mudei a cor de fundo e o layout pra ver se me animo. Apelei para um Miró muito bonito, artista que ando descobrindo mais agora, para ver se me inspiro. Mas fico pensando se alguém lê isso tudo aqui, se ninguém mais lê, e que diferença isso faz. Não me sinto mais à vontade com minhas angústias, minhas reclamações, de sempre. Parece que preciso escondê-las. Como se fosse necessário agora, depois de 31anos, finalmente escolher um personagem para ser na vida. Colocar a máscara. Viver com ela. Não quero mais machucar pessoas, preocupar pessoas, aborrecer pessoas, aborrecer a mim mesma. Não quero mais ficar mudando de emprego, de casa, buscando montanhas russas para poder me sentir viva. Tudo isso é cansativo. É difícil viver buscando o que não tenho, reclamando. Ando ficando sem assunto. Para o blog, para os amigos, para a mesa de bar. Meus amigos, se é que posso chamar assim, resumem-se aos amigos do trabalho. Três quartos do meu tempo e dos meus pensamentos se resumem às agruras do trabalho. E no que resta, não consigo achar algo que me preencha.
Cansei...
Quero rir.